Crianças são mais agressivas entre o primeiro e o quarto ano de vida

31-05-2011 21:50

 

Um estudo canadiano revela que é entre o primeiro e o quarto ano de vida que se verifica o maior índice de agressividade nas crianças, antes de estarem expostas a factores como a violência televisiva. O estudo, realizado por Richard Tremblay, da Universidade de Montreal, Canadá, contradiz a crença geral que aponta a adolescência como a altura em que as crianças são mais agressivas.
 
Tremblay procurou saber se a violência é ou não uma componente intrínseca do ser humano, incidindo a sua investigação na forma como a interacção da genética com os factores ambientais contribuem para desencadear comportamentos agressivos ou anti-sociais
 
As conclusões assinalam que o maior índice de agressividade nas crianças se dá entre o primeiro e o quarto ano de vida e não na adolescência, antes de estarem expostos ao ambiente familiar e a factores como a violência televisiva.
Tremblay descobriu que aos 17 meses de idade metade das variações nas respostas agressivas das crianças estavam directamente relacionadas com factores genéticos e que a violência diminui à medida que as crianças crescem, que o seu cérebro amadurece e aprendem a controlar o seu comportamento.
"Os nossos estudos demonstram que é essencial que se ensine às crianças durante os primeiros anos de vida a reprimir os comportamentos violentos",afirma Tremblay, realçando que a idade pré-escolar é a etapa-chave para entender a aparição e posterior desenvolvimento de comportamentos violentos no ser humano. 

 
Cuidados maternos e as alterações na programação epigenética
Por outro lado, a investigação levanta a questão de saber até que ponto as diferenças nas respostas individuais se devem a factores genéticos ou ao ambiente no qual as crianças cresceram, ao salientar que todos os meninos de 18 meses com um desenvolvimento normal agridem fisicamente, mas nem todos eles o fazem com a mesma frequência ou a mesma força.
A investigação de Tremblay partiu dos estudos de Michael Meaney, que pela primeira vez demonstrou a relação directa entre os cuidados maternos e as alterações na programação epigenética, o ramo da biologia molecular que estuda como é que os estilos de vida actuam sobre os genes.
Michael Meaney provou o poder de factores ambientais na modulação da expressão genética e que a violência nem se aprende nem se herda, mas que é afinal uma combinação do ambiente e dos genes. Nas experiências de Meaney, as crias de ratinhos que receberam maior atenção e cuidados maternos durante a primeira semana de vida ficaram menos medrosas e mostraram respostas mais moderadas ao stress quando comparadas com aquelas que não tinham recebido carinho.
 
Comportamentos anti-sociais
 
A relação directa entre o ambiente e um gene, o da enzima MAOA (monoamina oxidasa), situada no cromossoma X, foi demonstrada pela primeira vez pelos professores Terrie Moffit e Avashom Caspi, do Instituto de Psiquiatria do King's College de Londres. Moffit e Caspi estudaram um grupo de crianças que sofreram maus-tratos, desde a infância até à idade adulta, algumas das quais desenvolveram comportamentos anti-sociais enquanto outras não.
 
Os estudos genéticos demonstraram que havia uma relação directa entre uma versão pouco saudável do gene da MAOA e comportamentos agressivos em crianças que tinham sido severamente maltratadas, realçando que um défice crónico do nível normal de MAOA altera os níveis de alguns neurotransmissores, produzindo hiperactividade cerebral perante qualquer ameaça ou estímulo stressante.
 
 
 
Retirado de www.cienciahoje.pt
 
 
O texto parece apontar que a agressividade tem origem em factores de ordem genética. Investiga outras teorias que apresentam respostas diversas ao problema da origem dos comportamentos agressivos.
 

 

Andre Rocha disse...

Teoria de Lorenz: Para este autor a agressão é inerente a todos os organismos. Seria um comportamento inato determinado geneticamente e que se manifesta face a estímulos que ponham em causa a preservação da espécie.
- Teoria de Freud: Para Freud, como a sexualidade a agressividade faz parte da matriz do nosso organismo. A nossa vida psíquica seria orientada por pulsões: a pulsão de vida e a pulsão de morte. As pulsões são impulsos energéticos que visam resolver uma tensão orgânica (fome, sede). Nascem no inconsciente. As pulsões de vida visam a manutenção do indivíduo. As pulsões de morte são destrutivas e explicam os comportamentos agressivos.
- Teoria de Dollard: Explicam a agressão pelo facto de um sujeito ter sido frustrado. Existiria uma ligação inata entre um estimulo (a frustração) e o comportamento de agressão, que funcionaria como um meio para afastar aquilo que impede o sujeito de alcançar os seus objectivos.
- Teoria de Bandura: O comportamento agressivo resulta de um processo de aprendizagem que se baseia na observação e imitação de comportamentos.

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