Papel social
O papel social vem caracterizar modelos de comportamento que, ultrapassando as diferenças e as adaptações individuais, orientam a acção dos sujeitos que ocupam uma determinada posição. Em cada grupo em que o indivíduo participa, ele desempenha um papel de acordo com o estatuto que lhe é atribuído. A sociologia serve-se do papel social para demonstrar que a actividade dos sujeitos é socialmente influenciada e segue padrões de regularidade.
Genericamente, podem identificar-se dois tipos de abordagem à teoria dos papéis sociais. Numa vertente, a utilização do conceito feita por G. H. Mead reporta-o ao resultado de um processo de interacção que é criativo. A assunção de papéis é a forma característica de interacção e tem como resultado a própria criação de papéis. Numa outra vertente, devedora do funcionalismo, os papéis sociais são prescritos e correspondem a expectativas estáticas de comportamento. Vendo a cultura da sociedade como um sistema unificado, o funcionalismo encara os papéis sociais como prescrições culturais expressas em normas sociais.
Actualmente reconhece-se a liberdade individual na criação de papéis, embora esta varie conforme a posição ocupada (por exemplo, papéis desempenhados no âmbito de uma organização militar terão regras mais formalizadas que o papel de amigo ou de pai).
Podem existir conflitos de papéis sociais nos casos em que a mesma pessoa assume papéis que supõem exigências incompatíveis (por exemplo, em certos casos o papel de mãe e esposa pode ser difícil de conciliar com o papel exigido pela profissão). A expressão "conflito de papéis" é por vezes também utilizada para referir os casos em que o sujeito encara o seu papel de maneira diferente da definida pelos papéis sociais com os quais se encontra em interacção.